Tantas coisas aconteceram nesse ano que é até difícil contar. Uma das nossas maiores alegrias desse ano foi conhecer o Xingu a poder ajudar várias famílias do Parque. Hoje, assistimos em Brasília Amalé, Kamila, Kaká, Pipi, Lulu e Kanhu – essa última, uma doce menina, que viveu por 4 anos em total escuridão, escondida dentro de casa, por ser portadora de distrofia muscular. Além deles, Iganani e Tititu Suruwahá, os trigêmeos Ikpeng, os gêmeos Kuikuro, Kawana Kayabi continuam fazendo parte da família ATINI.

Apesar das dificuldades, e em menos de um ano de fundação, a luta da Atini pela vida das crianças indígenas em risco tem sido levada a diversos lugares e eventos, como

  • a sede da ONU em Nova York,
  • audiência pública na Câmara dos Deputados,
  • reunião do CONANDA (Conselho Nacional dos Direitos da Criança e do Adolescente),
  • Seminário de Bioética na UNIFESP,
  • Congresso da AMTB, da RENAS,
  • Congresso da AAA (Associação Americana de Antropologia), em Washington, apresentando, junto com a Isabel Murphy, da SIL, um trabalho sobre infanticídio.

E até mesmo a mídia, nacional e internacional, abordou o tema de forma positiva,

  • no documentário sobre o resgate de crianças em risco, da tevê holandesa,
  • em telejornais locais,
  • no Telegraph, principal jornal da Inglaterra,
  • na revista Problemas Brasileiros, do SESC,
  • na Revista VEJA, edição de 15 de agosto,
  • no Jornal Correio Brasiliense,
  • nas revistas Ultimato, Cristianismo Hoje, Graça, Eclésia e até em uma revista espírita!

Novos voluntários se somaram aos que já trabalhavam pela Atini, nessa luta pela vida. Em Brasília contamos com Maryangela, Eli e Anita, Vanilda, Rose, Margaret, Rogério, Sarah, Cris e vários outros voluntários de JOCUM – Porto Velho que nos ajudaram temporariamente. E ainda voluntários das áreas de saúde e educação, a Igreja Comunidade Viva, SIL, ALEM, Asas de Socorro, ao Deputado Nilson Mourão, e a tantos outros que nos ajudam no dia a dia com as crianças. Uma equipe de fotógrafos da Universidade das Nações documentou nosso trabalho, com muito talento e sensibilidade. A rede de lojas Mercado Infantil que nos adotou como ONG beneficiada pela Campanha Mercado Infantil Solidário. E diversos profissionais que tem nos ajudado a sonhar e desenhar o projeto da Vila Indígena.Fora de Brasília, contamos com André e Cristina, Tim e Dene. E com a ajuda da Oitava Igreja Presbiteriana (BH) e do projeto Amanajé (do Ronaldo Lidório), lançamos a revista Quebrando o Silêncio, amplamente distribuída em todo o Brasil, e prestes a ser lançada em inglês. “O tempo de enterrar crianças já passou”, foi o que disse Kotok Kamayurá, um dos mais conhecidos líderes do Xingu. A cartilha O Direito de Viver, da ATINI, continua sendo distribuída para diversas etnias, e já podemos perceber um movimento dentro das aldeias, de pais, mães, líderes, professores e agentes de saúde indígenas, refletindo junto com suas comunidades, buscando soluções para lidar com crianças rejeitadas. Também como uma alternativa para proteger as crianças em risco, foi criado o Projeto de Lei Muwaji, e a Atini serviu de consultora sobre o assunto.

Mas nem tudo é alegria…
Nosso desejo é que mais crianças indígenas escapem da morte e saiam da escuridão. No entanto, por falta de recursos, principalmente financeiros, não conseguimos ajudar algumas crianças nesse ano, e que isso dói muito no nosso coração. Um dos líderes do Xingu nos pediu para abrigar 5 crianças que escaparam de ser enterradas, mas que estão reclusas na aldeia, um cacique Guarani nos contou de 2 meninas abandonadas, uma de 5 e outra de 2 anos, um bebê no Amazonas que está correndo sério risco de ser levado até a mata e abandonado lá por determinação do pajé – a mãe parou até de alimentar a criança por causa da pressão social. Maitá Yanomami e Cláudia Kaiabí estão longe de nós e não temos tido notícias frequentes sobre elas.

Por tudo isso, chegamos ao fim do ano de 2007 com imensa gratidão por tudo que já alcançamos. Mas ao mesmo tempo, somos tomados por um grande senso de responsabilidade – ainda há muito a se fazer até que todas as crianças indígenas do Brasil tenham o direito à vida garantido. É justamente por isso que vamos trabalhar os próximos 365 dias. Seja nosso parceiro nessa batalha. E tenha um feliz 2008!

ATINI – VOZ PELA VIDA
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Conta Corrente 13645-X