Bebê indígena da etnia Trumai, enterrada viva pela bisavó, em Canarana (a 823 km de Cuiabá), e resgatada por policiais militares, chega aos 8 meses de vida, se desenvolve sem nenhuma sequela, conforme o esperado para a idade, e tem recebido a visita da mãe e do pai, que é de uma outra etnia. Ambos são menores de idade.
“A criança está dentro dos padrões normais”, afirma a coordenadora em Canarana do Centro de Referencia e Assistência Social (Cras) e psicóloga, Josiane Porsh.
O bebê está em um abrigo na cidade, a Casa da Criança. É acompanhada por assistentes sociais e psicólogos do CRAS e recebe também tratamento pediátrico em Brasília com o apoio da Fundação Nacional de índio (Funai).
Sobre as visitas, a coordenadora afirma que não são proibidas e sim autorizadas judicialmente. Estudo psicossocial está sendo feito para verificar com quem a criança ficará e o Ministério Público ainda não deu parecer. “O juiz acompanha tudo, para ver como é a relação dela com familiares e depois decidir a guarda”, pontuou. Caso seja disponibilizada à adoção, é provável que os pais tenham prioridade, caso não a queiram irá para a fila geral.
A menina foi enterrada viva, instantes após o nascimento, pela bisavó Kutasmin Kamayura. A avó Tapoalu Kamyurá também responde pelo crime. Após seis horas, ela foi resgatada por policiais, chamados para atender à ocorrência suspeita. Eles ouviram choro e puxaram a menina debaixo da terra. Em seguida, ela ficou internada e chegou a correr risco de morte. Depois, reagiu e obteve alta, para surpresa de quem acompanhava o passo a passo da sobrevivente.
Kutsamin foi presa em flagrante por tentativa de homicídio. Atualmente, usa tornozeleira eletrônica e cumpre medidas cautelares em Canarana. Ela e a avó Topoalu respondem a dois processos na Justiça – um cível e outro criminal.
Há informações de que tenham feito isso porque a etnia Trumai rejeita filhos de mães solteiras. O caso teve grande repercussão.