Muwaji sempre foi corajosa. Inteligente e curiosa, começou a questionar ainda solteira certos valores de sua sociedade. Sabia que sua tribo enfrentava um momento muito delicado, o isolamento auto-imposto pela comunidade após uma série de chacinas e epidemias estava acabando com a alegria de seu povo. Eles eram poucos e a vida na mata era muito difícil.
Mas Muwaji sempre amou crianças. Seu coração doía cada vez que uma mãe suruwahá era levada a abandonar seu bebê recém-nascido para morrer na mata. Muitas dessas mulheres eram apenas adolescentes, que engravidavam antes do casamento e que não tinha a opção de criar seus flhos, se quisessem. Outras vezes eram filhas meninas que eram abandonadas, numa família que já tinha mais meninas do que o desejado. Em outros casos as crianças eram abandonadas por terem alguma anormalidade, algum defeito físico.
Ela nunca se conformou com a morte dessas crianças. Ainda adolescente começou a desafiar atradição e o senso comum de seu povo e tentar salvar esses bebês. Criativa como era, encontrava sempre maneiras de manter o bebê vivo por mais tempo enquanto tentava convencer a mãe a aceitar a criança, e teve sucesso em muitos casos.